onde nos leva a arte

sexta-feira, 17 de abril de 2009

José Franco, 1920 - 2009


Faleceu na madrugada de 14 de Abril, um dos artistas populares portugueses (e por ser popular, mal conhecido) que mais me marcou, em conjunto com Júlia e Rosa Ramalho. Quem conhece a estrada que liga a Ericeira a Mafra, lembra-se de passar pelo Sobreiro, do cheirinho a pão com chouriço, da música de arraial e, principalmente, das obras do oleiro José Franco, um homem de poucas palavras, mas que insirava admiração em todos. Lembro-me de ser pequenina e posar junto aos moinhos, impaciente para entrar na "aldeia em miniatura", e de espreitar sempre para o canto onde ele trabalhava, indiferente aos barulhentos visitantes.
Jorge Amado chamava-lhe "queridinho", e assinou a mensagem da escultura que lhe dedicaram na aldeia típica do Sobreiro:
.
José Franco, artista do barro e da vida...
...um grande homem do povo...
...um português que nasceu com o dom misterioso da beleza e a distribui como um bem de todos...
.
(Jorge Amado)
.
As palavras são poucas para agradecer aquilo que me fez sonhar e o quanto contribuiu para uma infância mais cor-de-rosa nas minhas férias de Verão.
A última vez que lá estive já era mãe de uma recém-nascida, e espero que a aldeia do José Franco se mantenha até a minha filha ter idade para a apreciar tal como eu apreciei, quando ia de férias para sul.


5 comentários:

ameixa seca disse...

Vi no noticiário! Infelizmente não conheço a "aldeia em miniatura" mas espero que seja bem preservada até eu ter oportunidade de lá ir :)

Joana Amoêdo disse...

Não percas a oportunidade que surja de lá ires. Vais de Mafra em direcção à Ericeira, ou vice-versa, sempre pela estrada nacional (acho que é assim que se designa) :)

Dylan disse...

Uma perda irreparável para a arte da olaria e para o próprio País.

Joana Amoêdo disse...

É verdade.

vague disse...

Este senhor teve as mesmas coordenadas temporais do meu avô. Nasceu uns meses mais cedo e morreu 3 dias mais tarde. É estranho ver aqui estas duas datas tão minhas.

José Franco e a sua aldeia. Lembro-me bem, a distância perto levou-me lá vezes sem conta, faz parte do meu imaginário infantil.