onde nos leva a arte

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O Poema

Retrato de Rilke, Paula Modersohn-Becker


Se tantos poetas portugueses, de Pessoa a Sophia, passando por O'Neill e Daniel Faria me marcaram e marcam, é lendo este poema de Rilke que me sinto completa como leitora sensível, numa digestão de palavras inesquecíveis.




A Pantera (No Jardin des Plantes, Paris)



De tanto olhar as grades seu olhar esmoreceu e nada mais aferra.

Como se houvesse só grades na terra:

grades, apenas grades para olhar.

A onda andante e flexível do seu vulto em círculos concêntricos decresce,

dança de força em torno a um ponto oculto no qual um grande impulso se arrefece.

De vez em quando o fecho da pupila se abre em silêncio.

Uma imagem, então, na tensa paz dos músculos se instila

para morrer no coração.



(Rainer Maria Rilke)
(ver também a obra pictórica de Paula Modersohn-Becker que lhe pintou o retrato)

4 comentários:

Lourenço disse...

Olá debbie harry,

Gostei bastante do teu blog e deste poema em particular. Quero agradecer-te o convite para paticipar neste blog mas não posso aceitar porque ultimamente tenho estado demasiado ocupado, e nem para o meu pequeno blog tenho tido tempo. No entanto, é algo que muito me agradaria fazer, particiar num blog, mas só será possivel quando conseguir organizar melhor o meu tempo. Muito obrigado e continua o teu bom trabalho.

Cordiais Cumprimentos,

Lourenço

Joana Amoêdo disse...

Olá, Lourenço e obrigada pela visita, em nome de todos, uma vez que este é um blogue não meu, mas de um colectivo. Aparece!
Cumprimentos,
Joana.

Lourenço disse...

Com certeza que aparecerei. Parabens pelo último post. Ainda bem que há quem tente mexer com as consciências...

fina estampa disse...

lindo, lindo, menina debbie : )